sábado, 30 de março de 2013

SIC(SIC!) - etimo léxico lexico


O homem que mais admiro
é Nelson Mandela
pela sua dignidade
e não pela cor do ébano
que ao gosto de sol
passeia em melanina
em sua tez
tostada, tisnada ao sol na África,
porquanto o homem não se distingue por cor
ou por pele descolor
no fantasma branco
sem sangue e pigmento,
mas por sua postura,
e sua inteligência a serviço da vida
não importa em que posição política
esteja entrincheirado,
não para uma guerra
porém para perenizar(sic) a paz
ao porfiar com fé
pela causa do seu povo
e pelo direito inalienável à dignidade
de todos os seres humanos
cujos direitos humanos
estão na poética do papel
( Para tal se faz mister
que saia o direito
da fase larvar de poesia
e perenize-se(sic) na realidade,
não nas instituições
que estas tendem a cristalizar-se
desde o tempo do papiro do Nilo,
mas nos seres humanos
que, enquanto indivíduos,
são cristais de Cristo,
 a formar uma nação
que pode dominar os pruridos de poder absoluto
a que tende todo governo sobre os homens
sem  picos nas cristas
das ondas eletromagnéticas
ou senóides que desenham
a voz do profeta em desdém
contra o veneno inoculado
pela eterna "raça de víboras!"
 a se perpetuar indefinidamente no poder.
( Toda forma de governo é uma satrapia!,
a qual dá ao povo
as mais pias mentiras,
a consonar com o que reza
a gramática da política
descrita em modo de etnografia
por Maquiavel no "Príncipe",
obra anti-vulgo).

Nelson Mandela
tem meu respeito e admiração
por ser uma "coisa" (sic) rara entre políticos
- e todos somos políticos! :
poetas, profetas, cientistas, artistas,
operários, domésticas, cantoras líricas,
padres, dervixes, pastores, sufis, patriarcas,
esportistas, médicos, criminosos...
- Mandela! : eis a "coisa" rara ou "avis rara"
que ele representa no poder : dignidade!
Mandela, o homem digno,
verdadeiro dignitário(sic(sic!)).

No que tange a lira
a respeito dos preconceitos
de cor ou descor,
são todos descabidos;
não é bom, nem de praxe,
fazer qualquer distinção entre seres humanos
seja qual for sua cor,
credo, pensamento, ação,
posição social, política, profissão,
estratificação social, econômica,
se é bandido ou se é artista,
porquanto o homem não é nenhum dos dois
e, paradoxalmente, os dois
em conflito de bem e mal
que o filósofo tenta afastar par ao além
de todo bem e mal...
( o ser humano é um paradoxo zeno)
- Não importa  se pertence às oligarquias, aristocracias...
- ... ainda  o pior dos criminosos
merece respeito humano,
direitos humanos
e não pena de morte...
(- Será, meu Deus?!...).
Meu pavor é que
ao  estabelecer qualquer acepção entre seres humanos
ajamos da forma mais abominável.
Assim, amparado em acepções de homens,
eugenia e outras ideias periclitantes (sic)
foi que agiu Hitler,
ao fundar o partido nazista,
Mussolini, ao desenvolver o fascismo,
partidos que outros monstros
almejam tirar do limbo.
Tais pessoas megalômanas,
mitômanas,  não deveriam jamais chegar ao poder,
nem deveriam viver
entre outros seres humanos,
e sim, infelizmente, segregados,
mas esse ato seria tão abominável
quanto os atos que eles possam perpetrar
se ganharem foros no poder.
( Em verdade, em verdade, eles estão
perpetuamente no poder,
pois essa sua meta
desde tenra idade
e, por isso, levam imensa dianteira na politica
frete aos demais seres humanos
que não se interessam por mando.
Eles, os oligofrênicos
precisam mandar!
Contudo, pensar em segregação
já é um perigo,
mormente num mundo
cada vez mais louco
e dirigido por dementes
que podem destruir tudo
num átimo
ou num acesso de loucura.
Entrementes, isso seria volver
ao universo pensante
a viger na política dos médicos psiquiatras
anteriormente ao pensamento de Michel Foucault
que iluminou  a loucura detectada
e tratada sardonicamente
por Erasmo de Rotterdan
à maneira leve e irônica da sátira(sic)
dos lucianos e apuleios que leio
nas entrelinhas do riso zombeteiro
dos filósofos cínicos ou estóicos,
que são tragicômicos a sério,
polichinelos na Commedia dell"arte(sic).
Burlescas pessoas do discurso e do teatro!
- somos sem o saber!,
nem recorrendo à percepção recorrente!(sic).

Mandela não é meu ídolo,
pois não cultuo ídolos,
abomino idolatria;
apenas o admiro muito
pelas atitudes que teve
mesmo estando na pior
e mais deplorável condição
a que possa ficar exposto um homem.
Entretanto, não seria uma vida
que guarde qualquer similitude
com a existência de Mandela
que eu ambicionaria levar avante,
porquanto me parece vida triste e chata,
passada quase toda,
em sua fase áurea e luminosa,
no ergástulo frio,
na enxovia.
( A melhor parte da vida
é a porção idealizada
no idílio da bem-amada
cheia de beijos na boca
e amplexos sem fim!...:
O resto sobeja na conta do tédio
"ad infinitum" e matemático:
uma evasão para a poesia romântica do cérebro
que se olvida na razão pura
de Kant sem canto
ou hinário de amor
à sua medusa
(que ele não teve, coitado!),
única mulher capaz
de me apagar
a solidão e a solitude de deserto
que circunda o homem
no ermo que é a vida sem ela,
- sem o calor do amor dela!,
essencial quanto o sol,
energético quanto a clorofila
que desperdiça o verde
sem a existência dela
na minha vida,
que sem ela nem é vida,
mas vegetativa árvore ressequida
tombada pelas tristezas do vento
que deseja matar moinhos de vento
num surto de loucura quixotesca.
Depois da mãe
somente a mulher amada
é a única  mulher que existe
para aquele que a ama de verdade
com a exclusividade da paixão
e a confiança absoluta nela
que somente o filho tem por sua mãe
- um porto seguro,
um farol de Alexandria
neste mundo cujo porto final
fica de oitiva na gargalhada da morte
- que só não triunfa
contra o amor
que toma conta da vida e da morte
através da figura da mãe, da avó
e  depois da mulher amada
- que ama intensamente!,
mesmo depois que todo o frio
passou pela geleira
e pelo iceberg, o glaciar...
- e por toda uma Era Glacial!).

O homem que reputo mais desprezível
mas que, paradoxalmente,
tenho uma inveja de seu modo de vida despojado,
cínico, desprendido, egoísta, algo burlesco e trágico,
que evoca, de certa maneira demudada,
os feitos de Dom Quixote de La Mancha,
o cavaleiro andante celebérrimo,
é, outrossim, como o cavaleiro da triste figura(sic)
um ser de ficção.
Trata-se de Vadinho
personagem de proa
do romance "Dona Flor e Seus Dois Maridos"
do escritor baiano Jorge Amado.
Não é humano
senão no barro e água do papel,
pois está preso aos signos
traçados em frases, orações, locuções
pelo escritor Jorge Amado,
um engenho na Bahia
de todas as baías e santos,
pescadores da barcarola
e pecadores do Senhor do Bonfim.
Creio que o autor
do livro "Dona Flor e Seus Dois Maridos",
obra literária de alto nível humanitário e artístico
e também de boa culinária,
com um trato e traço gastronômico local,
escreveu-se ( ou inscreveu-se:
foi escritor ou inscritor?!(sic))
ao caracterizar a personagem
como sonho mais íntimo de si,
e de tudo aquilo que o autor
e todo homem de verdade,
livre do que pensam os papalvos subservientes
e livre de si e de suas próprias doutrinas,
gostaria de ser e realizar
nesta vida inútil e sem sentido.
( Esta vida era sem sentido algum para mim
que amava a cerveja e o cigarro em abundância
como rota de fuga deste mundo roto
feito de mulheres que eu desprezava
e apenas apreciava nos momentos de sexo
oferecendo-lhes um prazer tão cruel
que as tornava escravas do orgasmo proporcionado
com requintes de crueldade
graças á sofisticação sexual
de quem sabe tocar a mulher
como o oboísta virtuose toca ao oboé
ou o guitarrista mais sensível à guitarra...
Era  um grande e profundo desprezador
de tudo e de todos
até o dia em que vi
- você!
Vi você subindo as escadas
à sombra da "Mulher Subindo as Escadas"
de Marcel Duchamp,
na minha mente de artista plástico
que não pinta quadros,
mas caracteres robustos.
Fiquei boquiaberto;
tolamente, totalmente embevecido!
Seu modo de andar
- majestático!,
seu olhar fundeado(sic) no desprezo...
- naqueles olhos negros
 vislumbrei espelhado o meu Narciso
- vivo e palpitante
no meu olhar escarninho e frio,
impiedoso, céptico, irônico, metálico, sardônico, cáustico...:
Eu era um ímpio que você matou!,
sem nem se dar ao trabalho
de me olhar de frente,
mas perifericamente, de viés.
Desde então passei a entender
o que sempre escarnecia com asco :
aquele mestre-sala
a fazer mil mesuras e ademanes infindos
à porta-bandeira da escola de samba.
Era a história narrada pela tradição, na dança
do cavalheiro antigo
e do cavaleiro andante
a servir humílimo a sua dama,
submisso e fiel
como se ela fosse a única mulher no mundo!
Compreendi que assim também me tornei
ao ver você desde a primeira vez.
Para mim você era e é
e sempre será
a única mulher que existe,
a única mulher bela
que amo profundamente e exclusivamente,
que desejo ardentemente
servir com humildade de mestre-sala
em todos os sentidos,
quer seja sexualmente
e de todas as formas e modos de amor
e paixão avassaladora
que me sucumbe
De você nunca hei-de me afastar
um ceitil que seja.
Que nem um côvado nos separe:
nem uma morte;
- nem as duas mortes
de nossos corpos
tenha poder maior
que a ressurreição do faraó
e sua rainha,
a bela Nefertiti,
tenha sob os sortilégios
recitados no "Livro dos Mortos"
que há de nos ressuscitar no amor,
independente de filhos ou filhas,
que teimem em interpor-se no nosso caminho,
pois eu te amo(sic)
acima deles
porquanto você é a mãe
que deu à luz
aos meus olhos
com seus olhos,
quando te vi
pela primeira vez.
Ao  ver-te
foi para mim
a primeira vez que vi a mulher,
a única bela mulher que existe
e que é para mim!
- A mulher  que amo com toda a força do meu ser,
meu coração, minh'alma, meu corpo
- com a totalidade do meu amor,
minha paixão íntegra,
com toda minha entrega!...
- ... Então senti imediatamente que ali  nasci
à luz dos seus olhos negros;
depois, como homem apaixonado
nos teus braços,
olhos e sorrisos...;
nasci para amar uma mulher só
- que é somente você,
mais ninguém!
Cresci para viver uma nova vida
- uma vida eterna ao seu lado!
( Para mim,
a vida só é eterna
ao seu lado
e sob o jugo do seu amor
- de sua paixão poderosa
apta a ressuscitar
e tornar perene
nossas vidas
que hão-de vencer
os cavaleiros negros da morte
como o fez Jesus!
estar a seu lado
é maravilhoso
e me sinto completo,
que não me falta nada
e se o mundo fosse
somente povoado por nós dois
- nada e ninguém
me faria falta,
conquanto eu ame imensa e profundamente
meus filhos, meu neto...
- mas você é tudo para mim!...)).

antes de te conhecer
queria eu, também,  ter uma vida
igual ou semelhante
àquela vida devassa
de Vadinho de Dona Flor.
( Quiçá tive-a
de maneira incompleta,
antes de me entregar
aos amplexos acolhedores
da mulher amada,
a segunda mãe imaculada,
que é a melhor e mais completa mãe do homem!)

Vadinho, de Dona Florípedes,
mulher bela e virtuosa,
moça prendada,
de prendas domésticas,
era homem safado, malandro, gigolô, mulherengo, biltre...
- cachaceiro que, durante o carnaval da Bahia,
nos idos dos idos,
teve morte súbita
( parada cardíaca,
quiçá cardiorrespiratória!)
depois de se fantasiar  de mulher
e festejar o carnaval freneticamente,
consoante fazia anualmente, imagino.

Valdomiro, vulgo Vadinho (sic),
que jogava dados na roleta do cassino,
no vermelho 17 - sempre!,
- tinha todos os vícios
e ainda de quebra,
como diria meu pai,
o amor de Dona Flor
independente de bater nela
para tomar-lhe dinheiro
e gastar no jogo e na farra
com outras mulheres,
pois tinha fama
de ser íntimo de todas as putas,
também das cafetinas, cafetões e proxenetas.
( A lei Maria da Penha
não me permite
e me emudece
nessa parte tocante à agressão
mesmo porque sou contra a agressão à mulher
que realmente merece amor e carinho
e não brutalidade estúpida e irresponsável,
mormente se a mulher
for a única mulher que amo irrestritamente,
incondicionalmente, cabalmente... :
você, Cassiopeia,
constelação que me ruma ao norte,
nesta latitude).

Tirante a agressão
queria ter uma vida parecida com a de Vadinho
e sem guardar similitude
com a vida digna e honrada
do honorável  Nelson Mandela,
embora este último seja um grande homem
e o primeiro um malandro brasileiro,
sem-vergonha, caloteiro, vigarista emérito(sic),
um calhorda e um cafajeste...
- Tudo o que não sou,
nem posso ser
pois não está no meu caráter,
mas que tenho, ao menos, Flor,
direito a embarcar para o mundo onírico
e realizar este sonho
no universo paralelo
que amarga nos meus genes alelos
e os fazem tender
para um amarelo-tédio,
enquanto ela está ausente!
e meu mundo solitário e em solitude
como se tivessem terminado
uma guerra nuclear ou química
de extensas proporções.

Lamento, profeta Jeremias!,
pelas suas lamentações atormentadoras,
que me parece o lamento
originário de mim
quando da ausência dela.
( A ausência dela
deixa um rasgo no tempo
que não se remenda
nem com uma coletânea de sonetos perfeitos).
Lamento, profeta,
que eu seja de fato
mais parecido a ti, profeta,
que ao canalha,
cujo  tipo de vida
eu gostaria de levar,
ela não permite
com sua presença amorosa
de mãe e amante.

Desejaria levar tal vida dissoluta
que nem sei se me levaria ao caos
ou a bom termo,
caso não a encontrasse, querida,
mesmo porque eu ridicularizava o amor,
ria dos enamorados e seus mil beijos e abraços,
zombava da paixão
que não fosse pela filosofia, poesia e ciência, arte...
e  gostava de cismar,
usando aquele cisma de mim(sic),
em forma literária do vagabundo
imerso, afogado até à morte
nas letras do poeta baiano,
que aquela maneira de viver hedonista,
era muito mais divertida
que a vida de um homem sério
e demasiado honesto, morigerado,
estúpido e obediente enfim,
a esta civilização para escravos
e servos da gleba
sob seus malditos e crudelíssimos(sic?) suseranos
abastados e aparvalhados
graças a força do dinheiro
que domina o homem
e o demuda num fantoche.
Era então tão honesto
a ponto de me prejudicar,
conquanto cônscio disso.
Era probo por desfastio
ou por desprezo generalizado
e desapego cabal.
(Assim o incréu
que você achou
naquela escada
mal iluminada
por onde subiam e desciam
o rebotalho de dentro e fora da casa).

Admiro Mandela,
mas, antes dela existir para mim
e penetrar em minh'alma
de filósofo cínico
como se fora um fungo
ou cogumelo depois da chuva;
depois que acolhi
em meu espírito de falcão peregrino
toda a escol filosófica
da antiga Grécia
pela qual passei em estudos aplicados
até chegar a me erguer à elite do pensamento,
à fina flor dos filósofos e literatos de escol(sic),
- até ali, do tanto que li, reli, tresli,
ruminei filósofos e sábios antigos e hodiernos
- fi-lo com Filo de Alexandria
antes de te conhecer, mulher da minha vida,
pois eu desejava apenas levar a vida do vagabundo
talhado na ficção do poeta da Bahia,
- um errabundo que não deixa de ser
uma espécie renegada
de filósofo cínico na prática grosseira,
pois não tem consciência filosófica
nem erudição alguma
para ter uma pálida ideia
do que seja a práxis
que é atitude e atividade do filósofo
fundamentada na razão
e principalmente na vida
- onde mora o poeta,
que desperta a amada
bela e adormecida para a paixão do amor,
- aquela mulher inocente ainda
porque casou, teve filhos e viveu
sem , no entanto,  conhecer o amor,
e sofrer da cegueira e ânsia infinita da paixão
( incuráveis cascavéis, Jesus!);
- e o profeta vegetal
originário da escola de profetas do Monte Carmelo,
o qual tem a função precípua
de sacudir e abalar  as instituições podres,
comandadas por asnos podres,
mas cobertos de ouro
( todo ouro é de tolo,
excepto o que orna a beleza feminina!)
Quanto ao profeta
é uma força da natureza
- e sua passagem é como se fora um terremoto
no mais elevado pico ou grau
da escala sísmica
registrada pelo sismógrafo.

Digo tudo isso
e dou esse mau exemplo,
que, em realidade, está para lá do bem e do mal,
consonando com o pensamento de Nietzsche,
para deixar claro
que, não importa o homem
nem sua atitude e atividade,
o que não podemos fazer
é estabelecer qualquer acepção entre homens
porque isso abre a porta ao preconceito
e posteriormente ao crime,
ao holocausto mais cruento.
Mais que isso tudo :
que  o amor não tem escolha :
escolhe, colhe e tolhe a vítima,
pois é uma flor
que nasce e medra abruptamente
até no asfalto
vencendo tudo
- e todos!,
consoante reza um  belo poema de Drummond
que celebra a flor
- que nasceu na rua!
rompendo o asfalto,
vencendo o tédio, o nojo e o ódio.
"É feia.Mas é uma flor.Furou o asfalto, o tédio, o nojo e o ódio"("sic"?!).

( Glosa: O Escritor Jorge Amado esculpiu em caracteres
 duas personagens fictícias;
eu, no entanto, dois seres humanos diversos:
Um, na sua individualidade de homem notável,
Nelson Mandela;
e o outro, Vadinho, um ser humano
que anda por aí,
aos milhares, milhões,
de bar em bar
no bar-bar cotidiano
dos mártires da vida
que se sacrificam por nada
ou mesmo não se sacrificam,
mas usufruem a vida
com a coragem do nauta
cuja nau naufragou.
Pensa no náufrago
solitário na ilha
monge do monge
- sem monja..., minha monja,
eremita a milhas
de minhas investidas!...
traspassadas pela espada da distância
e do tempo em voo nas procelárias
que sabem a mar
enquanto eu só sei amar
- você!...).

Por aquela flor
que nasceu na escada
- na terra e água de lágrimas de mar
dos meus olhos em esgrima
esperei toda a vida
- e agora que a tenho em meu coração
e no cotidiano
como farei para me aproximar
colocar mar a mar
a amar?!...

............................................................
Um poeta narra
que uma flor nasceu na rua
rompeu a camada de asfalto
vencendo o medo, o  tédio e o ódio
que grassa entre os humanos.
( Carlos Drummond de Andrade
andou pela senda estreita
do profeta e do filósofo :
seu ardil ardia em poesia
e passava por poeta,
hodierna forma fútil do profeta,
sábio vegetativo,
e do filósofo...: meditativo epicureu,
erudito com a razão à palma da mão
e na palma do coqueiro
com maneiras e insígnias de reis,
maneirismo de leis
anti-maquiavélicas nas velas
que balouçam ao vento do advento cristalino...
cristão e gentílico).

Que dirão os botânicos?:
Dirão, Dirac, de um objeto,
algo abjeto para estudos botânicos
e rolarão a poeria no redemoinho,
quais diabos atônitos
e com paixão limitada
ao que verde vende o verde vegetal
que é o ouro a cobrir
a casca-casa-concha da vida
pela clorofila
que fila a bóia
para nós que boiamos
- boiadeiros no mar de Sargaços.
( Vinde voando na vinha, na vide,
 botânicos embaraçados,
embasbacados, pasmos parvos
em suas parvoíces
e suas ferócias a la Caracala!).

Eu digo, ante o dilúculo,
que, ao entrar na casa
na qual laboro
o boro e o cloro
que devoro,
- cumprindo pena estrita?! -
jamais me passou pelo bestunto
a tonteria assaz inaudita
que o amor nasceria
e medraria aqui
nesta casa para abrigo da Família Adams
entre tantas urzes, cruzes, urtigas,
picuinhas, crucíferas...
mescladas a estúpidas porfias, intrigas...
Por nada que nem nada
- feito nada o peixe pronto para a pesca
e limpo para a grelha,
imaginei que uma flor de amor
vinha(sic) aqui vicejar entre abrolhos
piratas caolhos
e patetas zarolhos
senão pseudo-cegos
que ganham a vida
com essa comédia profissional
todo dia encenada a cá(sic).

Lá, naquela casa de todos,
de todos os tolos,
mas também do poeta e sua amada,
eclodiu um amor
capaz de salvar o mundo!

Emergiu esta flor
na planta  da Cássia
pintada ainda tímida
no amarelo do medo
dos ditadores canhestros
e suas carantonhas
de diabos vis.
Nasceu na árvore da vida
que sustem uma mulher,
mantem-na viva
com a respiração vegetal
( a respiração é ato vegetal)
que sopra e desenha o oboé no vento,
que em si hermético
é um anjo
- um mensageiro de músicas
e um criador do ouvido
do odor e do nariz...
Nasceu, medrou e se espargiu
pela terra toda
que a acolheu em mim,
que meu coração é terra dela,
meus olhos terracota dela...
- em mim tudo é propriedade dela! :
até mesmo a lua que olho...;
- ...plantada na planura do meu coração quente!...

Aí vem um poeta Drummond,
que era um profeta
de grandes feitos literários
e, ai!, assevera que uma flor
nasceu na rua
como se fora outro Jesus e jejum na manjedoura!
Aquela pode ter sido na rua,
a outra no presépio de São Francisco de Assis,
o pobrezinho!...
Porém a minha flor
vermelha de paixão
nasceu e medrou no meu coração quente
- tudo o que eu desejo para ti
e que o poeta Federico Garcia Lorca
exprimiu em versos
do mesmo teor de simplicidade da pomba.
Ponho meu desejo
nos versos dele:
"Desejo
teu coração quente
e nada mais!"
( Deseo:
"Sólo tu corazón calient
y nada más").

( Neste computador em que escrevo a ela
está toda a inteligência do mundo,
mas falta o sopro da vida
que anima a Cássia,
fá-la mulher
- com toda a inteligência da mulher
na alma, no corpo
e espírito santo;
nos olhos que bailam
- comigo!,
junto a todo o corpo!).

( Excertos secretos da obra "Poemas e Filosofemas Vedados aos Imbecis e Demais Boçais" Que Não Olvidaram Trechos do Opúsculo do Organista de Igreja de Santa Maria Novella"). 

 
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sábado, 23 de março de 2013

SECESSÃO(SECESSÃO!) - glossário glossario

Ficheiro:Gustav Klimt 016.jpg
Cassiopeia, minha  constelação de amor,
jamais quis, precisei, desejei, amei
qualquer mulher que fosse
- com paixão semelhante
ao sentimento de amor
completo e complexo
que tenho por você
batendo sob o plexo
com nexo ou sem nexo,
com sexo ou sem sexo.
( Claro que quero
bastante sexo,
que a paixão não se aplaca
senão com muito ato de amor!).

Quero beijar você até a alva
perder a cor
na barra da noite
- e a barra da noite
empalidecer
no dilúculo
gotejante de orvalho.
( Valho o orvalho...
Valha-me Deus!,
quanto alho olho!:
molhos de alhos,
vale no vale
ou na vala
que valha a navalha?!).

Com o rocio no cio,
rumorejando o arroio
quero receber e doar
todo o caudal da saliva
passada durante o ósculo
nos oaristos
que encetaremos
mas não terminaremos
nem quando o tempo for nunca,
pois nosso beijo
não achará abrigo no fim
ideado pelo filósofo Aristóteles
ou pelo pintor Klimt,
o qual pintou "O Beijo"
obra de "Art Nouveau"
( Vide o movimento cognominado(?)
de Secessão(secessão!) austríaca ou vienense).

Quem, Cassiopeia, achou um filão
- de amor, de paixão,
- que é nosso caso casado,
ou mesmo apenas
uma pérola de amor
dentro de uma ostra
que nos une
com coração de um
a bater pelo coração do outro
( e de mais ninguém!)
- quem assim achou
tanto amor
dum peito a outro peito
em dum-dum de tambor,
aparta-se da velha solidão,
do velho tempo
perde os andrajos do corpo
que ficou em lixo de células mortas
e fecha-se dentro da ostra
que nos abriga do mundo
iluminado pelo Canis Major.

- E nós achamos o rico filão!,
e a pérola a nos espiar
e escolher de dentro da ostra!,
hermética ao ostracismo
dos ostrogodos do mundo
dos homens bárbaros, godos,
góticos nos pórticos das catedrais medievais
e lá vai séculos,
marcados a passos de pó
no Pórtico e São Benedetto,
comuna na região da Emília-Romanha...
Ah! Se chamasses Simonis del Bardi...
não terias teu nome
como nume na Cassiopeia,
mulher querida no meu coração!

Ah! A pérola para um colar...,
achamo-la nós!,
ó amada minha,
minh'alma partilhada,
ainda sofrendo apartada!,
flor nos meus olhos,
minha vida,luz e coração!
E por causa desta descoberta,
da pérola dentro da ostra,
do veio de amor sem limites,
aspiramos separar-nos do mundo hipócrita
e ter  vida nova ( Vita Nuova, Dante Alighheri!)
tal qual fazia o cristão
que amava tanto sua causa
que preferia o martírio
a continuar sem sua fé,
que era sua esperança única
e seu único amor e bem
no mundo sob a luz do Canis Minor
que minora a hora no céu.
( Seria tudo um preanúncio do amor
e da Divina Comédia
que é a vida humana,
senhora minha?!
Outrossim os comunistas
pereceram sob tortura
por uma causa
que não valia a pena
e muito menos a vida
tudo porque  o contexto os vestiam
- de vestais!
e neles investiam
um tempo para o mártir
e outro para os que faziam a colheita
dos frutos regados a sangue!,
porque assim é o mundo,
minha doce e pura senhora,
que ainda não é minha,
mas de outro mais feliz
ou infeliz sem seu amor
- que é meu apenas!,
desde o seu berço
no desenhos dos seus olhos
buscando luz nas sombras
que desenhasse minha face
e desdenhasse as demais).

Eu, bela Cassiopeia,
não sei mais viver
sem tocá-la amorosamente todo dia,
sem abraçá-la carinhosamente,
olhar em seus olhos,
amar você perenemente
com imenso respeito...
ouvir sua voz
que adoro...
- até que chegue o dia da sega!
e a lua carregue a foice
do verdugo que ronda a vida.
Até aquele dia fatídico!

Você, Cassiopeia,
é uma constelação  suspensa no céu
sobre minha cabeça nua sem chapéu.
- Eu, um demônio caído na terra
( demônio em grego significa sábio,
diz Erasmo de Rotterdan
em "Elogio da Loucura"
a única obra de psiquiatria real
antes de Michel Foucault escrever com maestria
sua "Historie de la Folie",
na qual aborda o poder psiquiátrico
ou a psiquiatria como poder de polícia
e médicos como "policiais de branco"
Obras dessa envergadura intelectual
são ignoradas pelos louco no poder
secular e regular).

Se algum dia
a Cassiopeia apagar-se no céu
restarei num andarilho
que se arrasta à sombra vinculado
tiritando de frio
- até que a morte por hipotermia(hipotermia!)
venha e transfigure o nosso cálido amor
- de lava de vulcão apaixonado
em branco glaciar.

( Vamos viver nosso amor, Cassiopeia,
enquanto temos tempo
e não uma Era Glacial
a nos separar eternamente
sob camadas de gelo?
Vamos arrostar o mundo
mesmo sabendo
que seremos mártires do mundo?!...,
pois mesmo se o não fizermos,
não nos amarmos
até as vias de fato
aonde querem chegar os nossos corpos quentes,
ficaremos a mitigar a frustração
olhando para dois olhos
com um  amor maior e mais belo que o universo,
mas poderá não ser realizado cabalmente,
como pode e deve ser,
custe o que custar,
doa a quem doer,
pois não haveremos de ser pusilânimes,
cruéis conosco mesmo,
proibindo-nos de viver este amor imenso e puro,
que os outros proibiram
graças a circunstâncias
que não nos favoreceram,
mas favoreceram a eles
que exigem que nos amputemos desta paixão...
Todavia, mesmo se fizermos o que eles querem
impor-nos cruelmente
desrespeitando nossos desejos mais ardentes,
ainda assim
e por isso mesmo
- assistirão com júbilo
nossa morte precoce
que começará pelo sacrifício deste amor puro
-  um amor santo
que não conhece a maldade
e tem o poder de realizar maximamente
até o ponto de deixar encontrar rasto de nós
à beira do caminhante
sobre terra ou água
nos pés nus de carmelita descalço
- que será  nosso filho
ou nossa filha
que será nosso amor em chama ardente,
que nem as ardentias do mar apagará
- dos pés do caminhante,
que escreverá nas areias da ampulheta
com um pé na alpergata
e outro nu no solo
a nossa história de amor
mais bela que Romeu e Julieta,
ou qualquer outra
que foi ou que há-de vir
empós as nossas auroras juntas,
pois nossa paixão,
na acepção grega do termo,
não será meramente  uma história poética
ou científica( Deus nos livre!),
ou filosófica, religiosa, mística...( Deus nos tenha!),
mas sim uma realidade experienciada a dois,
vivida até os ossos
que o levam na morte!
- Nossa paixão,
 uma experiência  a três com o filho...
a quatro mãos com  a neta, tataraneto...
o qual será o caminhante
 ainda que sem rumo!,
mas na senda,
porquanto sempre será torto o mundo
que é dos homens e dos direitos
que se arrogam os feudais senhores
donos das almas e espíritos venais
- mas não da barra da alva...,
Cassiopeia minha,
que nessa eles não podem tocar
assim como não hão-de tocar
na sua flor de laranjeira
que lateja já por mim
desde a primeira vez
que seus olhos
deram luz à minha face
deitada no pensamento filosófico,
que era minh'alma errabunda
antes de você ma tomar
com suas legiões de amor
a lançar flechas incendiárias fatais...

Nosso amor sobreviverá
ao que vier :
ele já está escrito
n'alma, no peito, nos olhos,
no corpo inteiro,
- em todo o cosmos!!!

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sábado, 9 de março de 2013

BESTIÁRIO(BESTIÁRIO!) - enciclopédia enciclopedia

Quero fugir para a Ilíria("illyricum")
a terra dos homens livres.
( Livres de quê e para quê?!:
para mercar?!
Pestanejar?!
Burilar a nomenclatura botânica...)

Desejo ardentemente
sair desta terra de escravos,
títeres e fantasmas pasmos
em tresloucada diáspora
- fugir dos judeus que judiam de mim
por dentro do coração carmesim
porquanto anseiam deixar o cativeiro
na terra do estrangeiro
e voar ao encontro
de longas asas
de cara na vela do sol
e coroa votada às cefeidas
que ceifam uma vela padrão.
Porém sei que nem lá,
na Ilíria destes tempos em mosaicos
ou em arabescos nababescos,
há mais homens livres
depois desta civilização para escravos
que tomou tudo de roldão
e tornou servo da moeda
ricos e pobres,
mas não nobres
que estes não envilecem por cobre
ouro ou sabre (sabre lá, sabiá?!...
sabe-se lá, sábado, em Sabbath!?...
em bacanais em que tonteais,
em tonterias e outras histerias,
em processo de resiliência, histerese...).

Não há mais Ilíria,
região ilírica,
para-lírica,
mas apenas (que pena!)
hilária pilhéria,
hilário palhaço
a balouçar o incensário
empunhar o missário,
o bestiário(bestiário!)...
e fazer mau uso do bestunto
em qualquer assunto
de malmequer, bem-me-quer,
na botânica,
na desbotânica
desbotada em flor e pistilo,
estigma, gineceu,  androceu
( O que é seu?!
e o que é meu, meus Deus!?...
dos desesperados!
- ou do desesperado que sou
desde o primeiro céu em hora de aurora
com luz nos olhos de quem olha
e vê o rasgar lucífero das trevas!...).

A flor em seu furor
uterino
é um malmequer.
Malquerença fundada em crença,
desavença
que bota a bota da botânica
na Itália, Gália...
- bem como, ou mal como,
 a desbotânica
sem tônica,
catatônica.
aplatônica...
( A botânica bota no objeto
o ser platônico
que se vira
em amor por flor
- uma filosflor (filosoflor!)
a filosoflorar
com filosofia inacabada
ou alterada pela terra
que agarra a raiz
e molha com molho
o molho do filos,
da família, do gênero, da espécie-Darwin,
da cosmomonia, cosmonomia, cosmogonia,
teogonia(teogonia!)...
que mia no gato,
guincha no rato,
se adequa no pato
em grasnido para corvo,
grunhe no corpo porco...
enfim, chega!).

Quem bem-me-quer
mal não me quer.
E há quem nem me quer
- por certo
e por perto.
E é certo ( ou errado?)
que perto às vezes
é longe demais
mesmo se não segregais
e ainda que "segredais"
ou estais a secretar hormônios
em oaristos,
"ma belle".
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