quinta-feira, 2 de outubro de 2014

AVELÃS, AVELÃS - verbete glossario etimo




Corpo hirto em um esquife :
esta uma definição de morte
( ou da morte?!).
Não um definir somente,
mas um definhar também
com rumo de demonstração 
através da ciência cênica do deus Thanatus
versus ciência cínica do homem do vulgo,
vulto transtornado em médico e monstro
na parede iluminada à vela.
Vela padrão.Cefeidas.
Vela no cais do porto
enfunada pelo ventre do vento
em veleiro velado.
Alaúde, Alaide, para a elegia
de Maria de Lourdes, minha mãe!
Alaúdes!
Um ataúde
não é uma alaúde.
O alaúde é um instrumento melódico
da família dos cordofones
e a música do alaúde
cabe na alma do mel;
por isso, a  melodia,
de-dia e noite-e-dia
toca à Via Sacra
que terminou para Maria de Lourdes Gribel,
porém continua para mim
no alaúde que pude 
por em arranjo de aliteração
ao modo Cruz e Souza de trinar, doutrinar.
Toca alaúde, Alaíde,
para Maria de Lourdes
viva em virtude,
agora em mansuetude...
de arroio que brinca de saltar pedras
nas perdas da madugada.
O ataúde que, no árabe grafado,
também aponta para a substância da madeira,
matéria em celulose,
é feito para guardar morto
desatado do contorno melódico,
mas ainda atada ao lúdico,
mesmo o mais módico
que chega  a beirar
o beiral do silêncio,
no qual pousa um cantochão
distante algumas jardas de mosteiros,
 abadias frias dadas em côvados covardes
e conventos, que há de convir,
são cenóbios,  casas cenobiais, monastérios,
lugares para vida contemplativa
daqueles monges com face de terra
e daquelas monjas que amam a Deus
sendo reciprocados 
pelo amor de Deus,
ó  amados e amadas,
que o são no sal da vida sã, santa, sanada...
- O alaúde tem abelhas
tecelãs terceiras da Ordem das avelãs(avelãs) e amêndoas
e  do mel que doa da lã melódica,
lânguidas, longas melíferas colmeias...
lançadas do cântico do alaúde
que eleva a alma da minha mãe
ao espírito que se esvazia
nos foles de Deus, do céu,
os  quais se expandem em plenos pulmões
com a música da sanfona ou acordeão
que acorda o acordo
na corda musical do pacto
que o senhor mandou sangrar
para poder assinar
com o sinal de sina do arco-íris
que conta ariris em neblina matinal
pelo grito nos céus
acima de telhado gris
que rebaixa os anis
ao nível dos homens vis.
Alaúde, Alaide, para prantear
o passamento de minha mãe,
 Maria de Lourdes,
senhora dos alaúdes,
- que eu a nomeio assim
com minha autoridade de homem livre.
Entrementes, se é a  vida da minha mãe
que me escapa pelas frinchas dos dedos
no tempo serpenteado pelas areias
divididas na ampulheta do homem
e soltas no Relógio de Areia do cosmos constelado,
tal qual um Adão com costela,
no período das águas,
com a clepsidra humana
separando águas de tempo,
- Nos instantes de luz,
que fazer e a quem instar?!
A que deus?!
A que lua, a que loa, 
- a que ladainha recorrer?
se o tempo em minha mãe
se transmutou em pedra
e de tempo involuiu para templo
tal qual o sangue do Mar Vermelho do corpo.
Posto o morto,
no caso, a morta,
a que porto
irá aproar, Eloá?
Em que momento soçobrará?!...
Posta a morta
a que porta
baterá?
À porta torta do batel
- que naufragou
e nem tinha porta
ou porto seguro
Aonde atracar?!...
Onde ir fugindo, à deriva...
O ataúde atou o corpo
de minha mãe
e o arrastou "redemoinhando"
para os subterrâneos
onde há Hades
e há-de haver catacumbas,
rio Estiges, barcas e Carontes.
O ataúde tocou-lhe a alma de alameda longa
que subiu aos céus
para encontrar um reino
todo dela,
todo mãe,
pronto e à espera
de sua soberana,
desde o rasto na areia
dos pés do primeiro tempo

em que ela pisou
na cabeça da serpente,
que é a vida :
mixórdia ou mescla de peçonha e remédio.

Mas se haverá céu e céus
nas acepções das palavras
para além dos azuis,
- o que não haverá
 senão todo o impossível?

No céu que creio
está o sol
plantado com se fora
um olho ciclópico,
o mar embaixo a remar

na preamar, baixa-mar...
e o luar encimando...- tudo,
porquanto  os deuses saem e entram em mim
assim como emergem as ervas da terra,
as víboras das tocas...
 
Deus deixa a caverna
que tenho dentro de mim;
sai silente com  o querubim e o serafim
da sua comitiva divina,
com seu séquito angélico,
tal qual saem corujas, mochos e morcegos
de seus valhacoutos.
A única fé que tenho,
trago-a em mim;
a única razão em que creio
e com a qual mensuro e conto
está dentro de mim :
o resto é xarope de groselha
para inglês beber.

Minha mãe faleceu;
no entanto,  metade do corpo dela
( corpo vem com água de alma e alga,
espírito de fogo)
foi deixado de legado vivo
em meu corpo,
pois a outra metade do meu organismo
pertence ao meu pai,
continuando, pois, o casamento deles
a viger dentro do meu corpo.
No que creio
é que minha mãe
que acaba de falecer
tem uma metade em mim
que a morte não pode levar
nem com seu exército bilionário de bactérias,
- pois metade do seu corpo
( e no corpo vai alma em água
e espírito em fogo)
ela me deixou de legado vivo :
- a metade do corpo que fora dado a ela
na herança genética.
Na outra metade do meu corpo
vive meu pai,
ambos casados
em corpo, alma e espírito
dentro de mim!

Do exposto, depreende-se que a metade
que foi pasto das bactérias comensais
pertencia a ela
- que teve que morrer pela metade,
pois a morte não se completa
senão depois de largo ciclo de vida
quando a outra metade morre
em todos os filhos e netos,
bisnetos,  tataranetos...
- e vai gerações! quase sem fim
a cavaleiro do fim. 

Ao ver minha mãe no "sarcófago",
contemplei pela terceira vez
a minha própria morte,
ainda de posse da consciência-corpo
que me faz recordar
da minha existência 
- até o dia do Senhor,
quando meu corpo for desconectado
do aparato vivo  da natureza
e minha memória corporal
fugir pela janela
Através de uma rede de falenas
Que levarão minha memória consciente,
A qual multiplica o milagre
De abrir minha consciência
No encadeamento de atos e fatos
Que constituem o tempo:
O tempo do ser é o presente,
- o resto é tempo sem  ser.

Antes do passamento de minha mãe
assisti meu passamento em minha  avó 
e posteriormente em meu pai..:
Toca Alaíde,
Toca alaúde...
Ficheiro:The musicians by Caravaggio.jpg
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quinta-feira, 22 de agosto de 2013

TOTENS(TOTENS!) - wikcionário wikcionario etimo

Cobra Urutu Cruzeiro
Sugiro a Deus,
se é que Ele continue a ser elencado
entre os seres,
- que reinvente, recreie-nos!, crie, recrie - o tempo,
modificando-o, inovando-o no ovo,

( No ab ovo e - "abre" ovo! )...
- Sugiro!,  enquanto sujeito,
que o tempo não seja mais algo fixo,
porém um portal aonde possa passar o ser humano
- portal de entrada e saída
de um mundo que foi real
e continue sendo-o na senda,
na venda, no escambo, 
no amor que arrepia...
ao bel prazer de cada um
que vá e venha em revisita
a um tempo antigo que retorne ao cotidiano,

que vá  a pé, agora e hoje,  ao pretérito
e do passado ao hoje e agora
seja um passo
ao paço,
porém não enquanto e apenas 
as penas de uma memória nostálgica,
mas íntegro, completo, 
com todo o seu cosmos,
plexo, nexo, sua complexão e compleição,
a qual fornecia corpo e alma,

espaço e tempo,
para todos aqueles seres humanos
abrigados na casa daquele tempo
em que o templo, agora em pó,
a consonar com a profecia,
estava em pé com pedra calcando-o
e ao pé  do tempo

e da escadaria que corria ao templo
feita(o!?) criança efusiva.

Templo no tempo, então,  em retorno pleno,
na categoria substância,
que sustem a tese de Aristóteles.
Templo no qual se ouvia recitar 
( e se pode ou poderá ouvir 
a qualquer instante)
o arcanjo e o serafim
em preces sem fim
- com récitas para três violinistas azuis-miosótis
e dois violinistas verdes-rãs,
com face no anfíbio,
no sátiro, no fauno...

 
Sugiro à divindade 

que eu possa visitar,
revisitar,
o tempo em que meu filho e minha filha
cabiam no espaço emoldurado 

das teias de teses que a aranha esqueceu de arranhar,
- teses, em tese!, de susbstância temporal
que os vestiam com tez de crianças
e eu com um capote de pai inexperiente,

pele incipiente...

Faço esta sugestão,

que é uma eufêmia,
ao Ancião dos Dias :
que eu possa retomar o caminho
( ou ir ao sapato!)
da casa paterna e materna
como quando eu era criança
e podia conviver com meu pai e minha mãe
naqueles tempos de antanho
com fogueira de São João a queimar
e estanho a espocar seu grito de lata
( o grito do estanho no quadro 'O Grito"
- de um Munch boquiaberto
entre a corrosão da ponte
e outras ligas metálicas
que não possuem o metal cassiterita,
de onde vem o óxido originário do estanho).

Liga metálica e não-metálica
de estanho com estranho!,
sugiro ao senhor Deus dos homens justos,
dos homens de bem,
dos virtuosos arrolados em Ética a Nicômaco,
da lavra do filósofo estagirita,
( quão presunçoso sou e solução na solução!
- que tudo apaga com rasto d'água)
que o tempo soprado no oboé da bolha
- como melodia da infância,
insuflada pela oboísta-criança,
crie, recrie, recreie com o universo-tempo
aonde possamos trafegar,
trafalgar, quiçá,
antes que o demônio no homem
tome pé sobre as cristas das ervas escarlates
derreadas no sangue derramado inutilmente
pelo punho-punhal em serviço nas aras,
porque ruim o ser humano é
e tão nocivo
que o santo
é sua pior forma de perversidade
-  hedionda!
( Hediondas suas ondas senoidais!
O que não é de onda!...
mas de loca
onde se esconde a louca moréia,
sob arrecifes, restingas:
escolhos que não  escolho
olho no olho,
dente no dente...dentina!).

Sujo sugiro ao deus dos totens(totens!) e tabus,
dos caititus, das urutus , dos urubus,
porém não do que o arcabuz
busca
no rastilho da pólvora
- em polvorosa!
( Goza e glosa
a morte de um grande diabo
que está no mundo
e é o mundo no giramundo
e no redemoinho que enreda
o vento moendo na moenda, mó
- dos glosadores!);
sugiro  no giro do redemoinho
d'água e vento,
ao deus do redemoinho,
ao velo velho do vento em espiral...
- a estes com dez denários, enfim,
sugiro, por mim e para fim,  esta hipótese :
que o que nos enfileira em leva de prisioneiros do mal
é o grande diabo que mata
quando nos esgueiramos sorrateiros na mata
ou nos protegemos ( e aos genes!)
sob a casamata com paliçada :
ele, o grande diabo,
dá-nos, aos dentes viperinos,
uma dose do mal
que nos envenena
e leva o próximo a morte tóxica :
hemotóxica, neurotóxica.


O estado de direito
ou sem direito : de fato, 
é o grande demônio
devorador de homens.
Não, Rousseau, o homem não é
de todo mal,
mas quando em   instituição
ou na forma coletiva,
ou seja : em sociedade corruptora, 
o estado é um diabo fora de controle,
que domina e embriaga seus pretensos controladores,
seus políticos e seus pensantes cientistas geopolíticos:
é a polícia que massacra indefesos,
enquanto corporação
ou corpo de monstro sanguinário,
o juiz que age pelo algoz,
o direito que aniquila as mentes
com seus embustes doutrinários
e seu doutos escravos e mendazes,
pois tudo o que é oficial é mendaz :
mente descaradamente tal qual, ou mais,
que a mais mendaz das marafonas.

O mundo é o grande diabo preto e branco
- em preto e branco crucificado no xadrez,
n'álma das crucíferas
cruzeiras no céu noctívago
e na cabeça da urutu
rastejante qual arroio de rocio 

marcadas por patas de rocim com veneno
- e cruzeiro benzido na testa
( essas urutus cruzeiras!
com o sinal da santa cruz
na terra da Vera Cruz em crucíferas)
sob as ervas daninhas
aninhadas na terra chã,
ao rés do chão,
por escabelo dos pés...
de Nossa Senhora,
a Virgem Imaculada
que pisa a cabeça da cobra
no céu radiante.
Nossa senhora!
- dos pés intumescidos
na idade provecta,
orai por vós e por nós
atados a estes nós :
parte do corpo no envoltório do cós,
a alma em mós,
o espírito em pós
de doutrinas faladas, falidas
e na voz potente de Amós,
profeta e voz do Senhor,
que exprime nossos queixumes com forte clamor,
pois esta é a vida
firmado o pó
no nosso corpo de anjo
que ainda não decaiu
entre as folhas amarelas
que escrevem as elegias do outono amarelo,
nu e caduciforme em folhas decíduas.

Entre nós, a nos separar,
não a nos atar nuns anuns,
no meio do caminho do "pinhéu" onomatopaico do gavião,
a alguns passos dos sapatos,
a urutu nos guarda do nosso amor. 

Bothrops alternus no Rio Grande do Sul, no Brasil.
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